As estatísticas da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, organizada há 11 anos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), revelam que o brasileiro não se protege adequadamente do sol: 70% dos entrevistados afirmaram não usar nenhum tipo de proteção solar nem mesmo quando vão à praia. Os dados são alarmantes, uma vez que o Brasil é um país tropical com grande incidência de raios solares durante o ano inteiro.
“O uso do filtro solar é uma questão de saúde pública. Todo brasileiro deve se conscientizar que o filtro não é um tratamento estético ou mais uma ferramenta no combate ao envelhecimento. É, sim, uma arma poderosa contra o câncer da pele, que faz milhares de vítimas no país a cada ano”, afirma Omar Lupi, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. No total, 34.435 pessoas foram atendidas, marca que faz da campanha brasileira a maior do mundo e forte candidata a entrar no Guiness Book.
As mulheres são mais cuidadosas do que os homens: cerca de 36,6% utilizam o filtro, contra apenas 20% dos homens, que só usam por influência direta de uma mulher, principalmente das esposas. Por isso, não é de se espantar o fato de que o câncer da pele atinja mais os homens (13,99%) do que as mulheres (8,99%).
Estes números fazem da doença o tipo de câncer mais comum no Brasil, com incidência de 10,8%, conforme mostraram os resultados das últimas campanhas realizadas pela SBD. “São números bem significativos e só reforçam a necessidade de darmos ainda mais atenção à prevenção”, destaca a coordenadora da campanha, Dra. Selma Cernea. Os atendimentos realizados na última edição da campanha revelaram, também, que 85% dos entrevistados apresentaram algum tipo de doença de pele.
Outro dado preocupante diz respeito às pessoas de pele negra. Apenas 16,12% afirmam usar o produto. O descaso é ligado ao fato de muitos acreditarem ser imunes a este tipo de câncer, teoria derrubada há muito tempo. Os brancos são os que mais se protegem (34,81%), seguidos dos amarelos (28,53%) e pardos (24,02%). Os únicos que regrediram na estatística foram os amarelos, diminuindo em 1,5% a marca de 2008.
Dentre as capitais, a cidade melhor colocada no quesito proteção solar foi Florianópolis, onde 50,63% dos entrevistados afirmaram utilizar filtro solar regularmente. No outro extremo da lista está Belém, com apenas 19,84%. Mas quem deve ligar o sinal de alerta é a população de João Pessoa. A capital da Paraíba foi campeã em números de casos da doença, diagnosticada em 20,06% dos pacientes. A cidade que apresentou menos casos foi São Luis (5,26%), no Maranhão.
Muitas cidades não-litorâneas apresentam índices de cuidados com a proteção solar maiores do que os de cidades praianas – onde, na teoria, a população seria mais cuidadosa. Brasília (33,52%), por exemplo, está na frente do Rio de Janeiro (30,6%) e de Recife (27,15%). São Paulo (28,9%) supera Salvador (24,19%) e Vitória (28,03%).
Extraído de http://www.sbd.org.br/medicos/atualidade/Noticia.aspx?Cod_Noticia=504&Ano=2010
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