por Andre Lima - andre@eftbr.com.br
Sempre que surge em nós alguma emoção negativa, estresse ou
qualquer tipo de desconforto emocional, é um sinal de que, em algum nível,
entramos em um processo de não aceitação da realidade. Situações acontecem e
reagimos internamente contra a realidade nos causando sofrimento.
Os pensamentos de não aceitação são os mais diversos. Alguns
desses pensamentos falam sobre coisas que estão acontecendo no presente momento
e outros focam em situações já passadas: eu não deveria ter feito isso; fulano
deveria ter falado comigo de outro forma; as pessoas deveriam se comportar de
tal maneira; eu deveria ter feito outra coisa e não fiz; o mundo deveria ser
mais justo; eu não aceito o que aconteceu comigo; não suporto o jeito de falar
de fulano (pensamento que deixa implícito que fulano deveria ser de outra
forma); o avião não deveria estar atrasado etc..
Imediatamente ao entrarmos em conflito com a realidade,
surge desconforto. Ditamos internamente como a realidade e as pessoas deveriam
ser. Mas elas são sempre do jeito que são, e não há pensamento no mundo dentro
de nós que possa mudar a realidade do jeito que ela está se apresentando
naquele momento, ou o que já passou.
Uma das formas mais comuns de não aceitação da realidade é o
hábito de reclamar. Existem pessoas que reclamam continuamente de tudo o que
acontece e que não se encaixa com o ideal imaginário que ela criou. Reclamam do
trânsito, da fila, do atraso, do salário, das atitudes de alguém, e até do
clima, o que as deixam eternamente estressadas e insatisfeitas.
Existe uma crença que está profundamente enraizada no
inconsciente coletivo que diz que se nós aceitarmos as coisas como elas são,
não vamos fazer nada e assim tudo ficará do jeito que está. Essa crença deixa
implícito que nós só vamos agir se ficarmos infelizes e estressados, o que
ajuda a alimentar o estado de não aceitação. O que acontece é que a maioria das
pessoas continua reclamando, gerando muito desconforto para si e para a
coletividade, e não toma providências práticas para melhorar a realidade.
Será que é possível entrar em um estado de aceitação e agir
mesmo assim para mudar algo? Sim, é claro que é possível. Aceitação é diferente
de acomodação. Aceitação é apenas o fim da guerra interna com a realidade; o
fim da ditadura interior que diz que a realidade deveria ser de outra forma
enquanto ela é do jeito que é, nos causando apenas estresse. A acomodação
acontece quando podemos fazer algo e não fazemos. Podemos aceitar a realidade,
ou seja, deixar de ficar brigando internamente com ela, já que isso não ajuda e
apenas nos causa desconforto, e ao mesmo tempo fazermos o melhor que pudermos
para tornar a realidade mais prazerosa.
A acomodação é sempre um reflexo de medos, inseguranças e
processos de autossabotagem se manifestando em alguém. Não faz sentido poder
fazer alguma coisa e simplesmente não fazer. Um ser humano em perfeito
equilíbrio emocional consegue aceitar em paz a realidade e ao mesmo age da
melhor forma que puder se tiver algo que possa ser melhorado com sua ajuda. Se
você faz um pedido ao garçom e ele traz a comida errada, é possível
simplesmente aceitar o erro que ele cometeu (e assim não se sentirá estressado)
e ao mesmo tempo pedir pra que ele traga o prato correto.
Uma pessoa acomodada sente medo, preguiça, vergonha e acaba
não tomando a providência necessária. Já a pessoa que está no modo da não
aceitação, toma a providência, mas acaba gerando muito desconforto para si
mesma. Conforme todos nós sabemos, o estresse afeta a nossa saúde emocional e
física, gera tensões no corpo e diversas outras somatizações.
A ação que vem de uma pessoa em um estado de aceitação é
mais eficiente pois está livre de qualquer negatividade. Assim não há exageros,
dramas ou distorções. É uma ação lúcida, que vem de alguém que sabe lidar bem
com a realidade.
Os melhores diplomatas, negociadores e conciliadores são
pessoas que não ficam brigando internamente com a outra parte, eles aceitam e
fazem o melhor possível e assim conseguem resultados muitas vezes
surpreendentes.
Mas em muitos casos, não há nada realmente a fazer. Reclamar
do trânsito, por exemplo, não o fará ir mais rápido. Nesses casos a única coisa
sensata a se fazer é entrar no estado interior da aceitação. O mesmo é válido
para qualquer fato que tenha acontecido no passado.
Toda a negatividade que criamos em torno da não aceitação,
além de gerar estresse, ajuda a atrair mais situações desagradáveis. Atraímos
para a nossa realidade aquilo que estamos sentido, e se nosso estado interior é
de desconforto, mais situações desagradáveis surgem. O estado de não aceitação
faz ainda a nossa mente ficar focada nas coisas negativas da vida, consumindo
nossa atenção que poderia estar direcionada para coisas boas ou para criar
soluções e transformar a realidade.
Talvez você já tenha passado pela seguinte experiência. Ao
se desapegar de um determinado problema que você tentou de várias formas
resolver e não conseguiu, surge uma solução sem que seja preciso a sua
intervenção ou que exija apenas uma ação bem simples. O desapego faz parte do
estado de aceitação.
Quando aplicamos *EFT (técnica para autolimpeza emocional,
veja como receber um manual gratuito no final do artigo), removemos todos os
sentimentos desconfortáveis que surgem ao pensarmos em situações do passado,
situações futuras e outros pensamentos quaisquer. Isso nos coloca em um estado
profundo de aceitação. Nesse estado de paz interior nossa sabedoria aumenta e
sabemos de uma forma intuitiva se é possível agir, e caso seja possível, a
melhor ação a ser tomada.
André Lima
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