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30 março, 2013

O poder da aceitação




por Andre Lima - andre@eftbr.com.br
Sempre que surge em nós alguma emoção negativa, estresse ou qualquer tipo de desconforto emocional, é um sinal de que, em algum nível, entramos em um processo de não aceitação da realidade. Situações acontecem e reagimos internamente contra a realidade nos causando sofrimento.

Os pensamentos de não aceitação são os mais diversos. Alguns desses pensamentos falam sobre coisas que estão acontecendo no presente momento e outros focam em situações já passadas: eu não deveria ter feito isso; fulano deveria ter falado comigo de outro forma; as pessoas deveriam se comportar de tal maneira; eu deveria ter feito outra coisa e não fiz; o mundo deveria ser mais justo; eu não aceito o que aconteceu comigo; não suporto o jeito de falar de fulano (pensamento que deixa implícito que fulano deveria ser de outra forma); o avião não deveria estar atrasado etc..

Imediatamente ao entrarmos em conflito com a realidade, surge desconforto. Ditamos internamente como a realidade e as pessoas deveriam ser. Mas elas são sempre do jeito que são, e não há pensamento no mundo dentro de nós que possa mudar a realidade do jeito que ela está se apresentando naquele momento, ou o que já passou.

Uma das formas mais comuns de não aceitação da realidade é o hábito de reclamar. Existem pessoas que reclamam continuamente de tudo o que acontece e que não se encaixa com o ideal imaginário que ela criou. Reclamam do trânsito, da fila, do atraso, do salário, das atitudes de alguém, e até do clima, o que as deixam eternamente estressadas e insatisfeitas.

Existe uma crença que está profundamente enraizada no inconsciente coletivo que diz que se nós aceitarmos as coisas como elas são, não vamos fazer nada e assim tudo ficará do jeito que está. Essa crença deixa implícito que nós só vamos agir se ficarmos infelizes e estressados, o que ajuda a alimentar o estado de não aceitação. O que acontece é que a maioria das pessoas continua reclamando, gerando muito desconforto para si e para a coletividade, e não toma providências práticas para melhorar a realidade.

Será que é possível entrar em um estado de aceitação e agir mesmo assim para mudar algo? Sim, é claro que é possível. Aceitação é diferente de acomodação. Aceitação é apenas o fim da guerra interna com a realidade; o fim da ditadura interior que diz que a realidade deveria ser de outra forma enquanto ela é do jeito que é, nos causando apenas estresse. A acomodação acontece quando podemos fazer algo e não fazemos. Podemos aceitar a realidade, ou seja, deixar de ficar brigando internamente com ela, já que isso não ajuda e apenas nos causa desconforto, e ao mesmo tempo fazermos o melhor que pudermos para tornar a realidade mais prazerosa.

A acomodação é sempre um reflexo de medos, inseguranças e processos de autossabotagem se manifestando em alguém. Não faz sentido poder fazer alguma coisa e simplesmente não fazer. Um ser humano em perfeito equilíbrio emocional consegue aceitar em paz a realidade e ao mesmo age da melhor forma que puder se tiver algo que possa ser melhorado com sua ajuda. Se você faz um pedido ao garçom e ele traz a comida errada, é possível simplesmente aceitar o erro que ele cometeu (e assim não se sentirá estressado) e ao mesmo tempo pedir pra que ele traga o prato correto.

Uma pessoa acomodada sente medo, preguiça, vergonha e acaba não tomando a providência necessária. Já a pessoa que está no modo da não aceitação, toma a providência, mas acaba gerando muito desconforto para si mesma. Conforme todos nós sabemos, o estresse afeta a nossa saúde emocional e física, gera tensões no corpo e diversas outras somatizações.

A ação que vem de uma pessoa em um estado de aceitação é mais eficiente pois está livre de qualquer negatividade. Assim não há exageros, dramas ou distorções. É uma ação lúcida, que vem de alguém que sabe lidar bem com a realidade.

Os melhores diplomatas, negociadores e conciliadores são pessoas que não ficam brigando internamente com a outra parte, eles aceitam e fazem o melhor possível e assim conseguem resultados muitas vezes surpreendentes.

Mas em muitos casos, não há nada realmente a fazer. Reclamar do trânsito, por exemplo, não o fará ir mais rápido. Nesses casos a única coisa sensata a se fazer é entrar no estado interior da aceitação. O mesmo é válido para qualquer fato que tenha acontecido no passado.

Toda a negatividade que criamos em torno da não aceitação, além de gerar estresse, ajuda a atrair mais situações desagradáveis. Atraímos para a nossa realidade aquilo que estamos sentido, e se nosso estado interior é de desconforto, mais situações desagradáveis surgem. O estado de não aceitação faz ainda a nossa mente ficar focada nas coisas negativas da vida, consumindo nossa atenção que poderia estar direcionada para coisas boas ou para criar soluções e transformar a realidade.

Talvez você já tenha passado pela seguinte experiência. Ao se desapegar de um determinado problema que você tentou de várias formas resolver e não conseguiu, surge uma solução sem que seja preciso a sua intervenção ou que exija apenas uma ação bem simples. O desapego faz parte do estado de aceitação.

Quando aplicamos *EFT (técnica para autolimpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo), removemos todos os sentimentos desconfortáveis que surgem ao pensarmos em situações do passado, situações futuras e outros pensamentos quaisquer. Isso nos coloca em um estado profundo de aceitação. Nesse estado de paz interior nossa sabedoria aumenta e sabemos de uma forma intuitiva se é possível agir, e caso seja possível, a melhor ação a ser tomada.

André Lima

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